quarta-feira, março 04, 2009

Anônimos

Existem textos que são inteligentemente produzidos e que nunca vêm à tona, geralmente não alcançam mais de dois leitores e portam uma sensibilidade que toca muito poucos. Os autores dessas obras podem ser pobres, desdentados, com 5 reais no bolso que às vezes não dão para um parco almoço, e nada lhes resta a não ser contar suas histórias por aí, e que bom que ainda têm energia para cantar, sorrir, falar e falar, porque nessas horas o hálito amargo de café não pode incomodar aos ouvintes. Publico aqui um desses textos, de um desses autores, a quem a pobreza não deu o privilégio de publicar sequer uma palavra.

"A mulher e a flor querem carinhos
Cada uma tem a mesma refulgência
Bonitas sem ódio e sem espinhos
Duas fontes de amor por excelência

A mulher para amar tem paciência
Zela o lar o esposo e os filhinhos
E a flor joga pétalas com essência
Nos cascalhos mais duros dos caminhos

São tão boas tão meigas e tão unidas
Tão sublimes tão belas e tão queridas
Que uma nos prende no aroma outra no riso

Se o homem quiser ganhar amor
Acarinhe a mulher e zele a flor
Que esse mundo se torna um paraíso"


Eduardo Manoel dos Santos

Um comentário:

leila saads disse...

Que lindo e singelo!
=*