segunda-feira, junho 11, 2007


Sabemos que se trata de urina velha aquela água grudenta no chão do banheiro, mas ainda se espera com franqueza que seja qualquer outra coisa, porque entramos lá dentro calçando chinelos e uma calça - a preferida - que arrasta no chão. Os pés sentem-se molhados e frios, como a calça que se torna logo pegajosa. As torneiras estremecem e expelem um jorro violento de água, que nos cobre como num batismo, e os espelhos oxidados refletem o banheiro que parece ter saído de um jogo de terror, Resident Evil, Silent Hill, talvez. O exaustor gira lentamente, deixando entrar uma luz ocasional. Vez ou outra, alguém aparece à porta e desiste de entrar. O mictório de alumínio fede como um tanque nunca lavado. Na parede, um buraco escuro. Quando uma alma penada emergir arrastando-se da cratera sinistra, teremos há muito saído de lá.
E agora os estudantes voltam a ser atormentados por vendedoras de cartão de crédito.