sexta-feira, junho 30, 2006

Lá dentro, a dor lancinante e as mãos cruzadas, e a vontade excruciante de se completar num abraço de alguém.

terça-feira, junho 06, 2006


Foi um choque longo, árduo e muito doloroso, porque a notícia me foi dada de tal maneira abrupta que eu mal me suportei. Em mim, o são e o malsão duelaram até a morte para saber quem seria o primeiro a ouvir a notícia tétrica, vinda do outro lado da linha, anunciada pela voz do sopro da vida. Alô?

O alô foi um choque. Alô, gostaria de falar comigo mesmo, o meu mundo está?, encontra-se, por um acaso?, foi, de algum modo, parar aí?, sabe se alguém o viu recentemente?, por favor, é urgente, eu preciso do meu mundo, e eu o perdi. Responderam-me que meu mundo e a vida puseram-se num carro luxuosíssimo, ele no banco do passageiro e ela ao lado, ao volante; os dois dirigiram loucamente por uma avenida esburacada, cercada de árvores e ouro, capotaram e morreram. Ao término da notícia ("ora, você não sabia?, capotaram e morreram"), estava alagado de suor, lágrimas e de mim. Não é assim que se dá uma notícia dessas.

Agora será um longo caminho para me encontrar novamente, e outro maior para reconstruir outro mundo meu.