sexta-feira, maio 09, 2008

Perfil: o Gilson da banca


A banca do Gilson é o maior estabelecimento do gênero no campus da Universidade de Brasília. Localizada na entrada do Centro de Vivências Sul (UDFinho), está ali desde 1977. O dono, Gilson Queiroz, saiu do Rio Grande Norte ainda bebê, chegando à capital em 1961, junto aos sete irmãos, o pai e a mãe, que já mantinham uma banca de revistas. Gilson e mais dois irmãos herdaram o talento para o comércio – os outros enveredaram por caminhos diversos, como a enfermagem e o jornalismo. Antes de ele abrir sua banca na UnB, seu irmão já era dono de uma em Sobradinho.

Antes de fixar-se no local onde está hoje, a banca do Gilson passou por diversos pontos do campus. Já ficou ao lado do Restaurante Universitário (que também já mudou de lugar), ao lado da barbearia do Chico, e no local ocupado hoje pela Caixa Econômica (onde esteve por oito anos). A história da banca começou num tempo em que a Universidade era "praticamente deserta" de comerciantes. Enquanto era deslocado de um lugar a outro, Gilson vivenciou o crescimento e o fechamento da Só Livros, grande livraria que ocupava uma porção generosa da Ala Sul do ICC, além da abertura de um comércio finalmente organizado na UnB.

Nos tempos da ditadura, quando a banca era um "amontoado de grades", Gilson vendia escondido jornais alternativos, como O Movimento e O Pasquim. Hoje, reformada, a banca vende revistas nacionais e importadas (desde eróticas às de arte e design), jornais, gibis (líderes de vendas), livros, incensos, camisetas, doces e refrigerantes. O tempo lhe trouxe duas certezas: a de que as assinaturas de revista esmagaram as vendas em bancas , e a de que a consciência política dos jovens piorou, mesmo depois da ocupação da reitoria. Como forma de compensar a venda irrisória de revistas, Gilson precisou diversificar-se: é por isso que, hoje, bancas de jornal vendem também refrigerantes.

O tempo ainda lhe deu a capacidade de manter relações duradouras com seus clientes, além da oportunidade de ver gerações inteiras passar pelo estabelecimento. Houve casos em que clientes seus casaram e tiveram filhos, que tiveram filhos que estudam hoje na UnB. Além de conversar com os clientes, sorrir e comentar pouca coisa sobre as últimas notícias, Gilson gosta de ligar o som e ouvir música erudita, jazz ou blues enquanto trabalha. "É de berço", justifica-se. Gilson é espírita, e o que a religião lhe ensinou,junto aos 49 anos de vida, foi que "ninguém é conhecedor da verdade. O que importa é respeitar as pessoas, além de sorrir para a sorte abrir".

confira mais no campus online

5 comentários:

leila saads disse...

Vou dar uma pssada na banca do "seu" Gilson!

Ficou ótima a matéria, Flávio!

=*

Anônimo disse...

(não li ainda)

fla´viO! aquele eh o mesmo blog de sempre, só q mudei o título dele... sugar socks. q nem era o meu multiply. enfim...
AH!

EEEU EH Q N SABIA Q VC TINHA M A I S D E U M B L O G!!!!! \O/

Íris disse...

Adorei!!!!!

Devo admitir que gosto muito de entrar na banca dele; é um local agradável, com uma pessoa super gente boa e que curte música legal!!!!!!

^^

Unknown disse...

"e a de que a consciência política do jovem piorou?". nem concordo. pode até ser que seja verdade, mas isso não se constata pelo número de vendas de jornais. Hoje tem internet, sabe?

Mas realmente, as músicas que ele ouve são boas. d--b

SAUL0 disse...

Massa isso! Coloquei banca do Gilson no google e aparece essa matéria legal. Inclusive esse cara aí é meu pai(drasto)! heheheh!

Obs: O telefone da banca é
3274-0766 (olha o jabá).

Abração!