domingo, maio 18, 2008

Meu tempo dos outros

"Trabalhei com recreação de crianças terminais que sofriam de câncer. Num dia, uma criança estava brincando comigo e, no dia seguinte, ela não estava mais. Eu tive a noção do irreversível, da passagem do tempo, da finitude. Ali conheci a morte de perto".
- Ney Matogrosso

Se meu tempo for extremamente curto, que a vivência seja extremamente longa, intensa e afável. Que eu arranje mais brigas para comprar, mais pessoas para ajudar, mais lutas e mais cascas para perder. Que eu aprenda a ser uma pessoa desmesuradamente boa, porque o mundo não é bom, e que eu perpetue por aí todo o amor fecundo que eu soube cultivar. Que eu saiba enrijecer sem perder a ternura, e que eu ganhe alguma recompensas, porque ninguém é de ferro!

E no fim o meu tempo é o tempo dos outros que caminharam comigo.

3 comentários:

Unknown disse...

/abraça.

ImaGINE disse...

o tempo de fato é curto, muito curto pra fzr o q se quer.
no fim de tudo volta aquele ideal barroco, "carpe diem", só nos resta viver cada dia de uma vez.

leila saads disse...

Ficou lindo esse post, Flávio! Acho que foi o que eu mais gostei!
E esse final, perfeito, inspirador...

Beijos!