
Vem com roupa apertada e luvas de pelica, e uma expressão pretensamente sensual na cara dura, andando de lado, e avança. Respira lentamente, canta com a língua entre os lábios. Ergue a sobrancelha de leve, faz cara de arrogante, mas por dentro você é fraco, João. Tenta ser adorável, mas recebe pitacos espinhosos de volta, e depois mais um tapa, e outro, e outro. Mas não desiste. Você é que não sabe fazer direito, João. Põe o rosto de lado e sorri, exibe as bochechas limpas, mas beleza não é nada, nem pureza nos olhos, nem perfumes no braço, nem porra nenhuma. Esconde o choro, chorar é feio, chorar não pode, homem não chora, nem mulher, nem cão. Não desiste, João, mesmo que o queira muito, mas esquece, deixa pra lá. Encara o mundo hostil, não abaixa o queixo, continua firme, tenta. Endurece mais ainda, encara mais, crispa os lábios em desprezo, e vai embora. Olha o espelho, João. "Espelho, espelho meu, existe alguém mais atordoado do que eu?"
5 comentários:
vou fingir que essa de "perfumes no braço" não tem nada comigo.
la la laaa.
mas não tinha mesmo (???)
Esse é meu preferido do Almodovar sabia? O mais diferente de todos...
espelho: Sim. O flávio.
huheuhehueuhehuehue
Acho q ninguem barra o Jõao!!!!!!
bjs
Um natal e Ano Novo repletos de realizações e força p enfrentar as vicissitudes da vida.
Abraço!
Beijo grande
sua visita foi uma honra. desculpe-me a ausência involuntária.
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