
Cansados da tuberculose do cão, deixaram-no morrer. Quando morreu, finalmente, cansados de tudo, deixaram-no apodrecer até sobrarem os ossos; quando só os ossos branquinhos restaram, puseram-nos dentro de um saco de batatas e amarraram bem forte. Aí, deram início à reforma da casa, e os pedreiros iam de lá para cá, atarantados com tantas ordens complexas e dissonantes. O saco em que jaziam os ossos do cão reverberava um cloc cloc misterioso; eram os ossos movimentando-se, fazendo o saco andar de um lado para outro da casa. O trabalho da reforma era todo interrompido por causa daquele saco móvel, cloc cloc, cloc cloc, que derrubava os baldes de tinta e espalhava poeira pela casa. Os pedreiros, por fim, tão perturbados com aquele estorvo, resolveram emparedar o saco, de modo que as paredes da casa emitiram o cloc cloc profundo para sempre.
5 comentários:
hhhhaaaaaa!!! q looouco :D
me lembrou de um conto do Poe, O GATO. Mas o seu foi originalíssimo, muito fera mesmo!
eu realmente n sei ocmo vc tem tanta ideia legal e consegue ainda por cima fazê-la soar tão legal quando lida aqui no seu blog.
=***
ultrapoe!
que medo, velho!
>_<
e o cão para sempre e sempre viveu.
nas paredes.
na memória.
na consciência dos donos.
amei :D
você roubou isso do gabriel garcia márquez, seu safado! hauahuahuahauhau =P
muito bom ;)
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