sexta-feira, março 09, 2007



No meio daquele calor estarrecido fazia um vento ocasional, meio com frescor de um dia novo, e eu via as carcaças escancaradas das pipas presas nos postes, como caveiras abertas ao azul do céu, como quem vê o prenúncio do apocalipse. Nos tempos doces de infância tirava os sapatos e ficava de pés nus no chão, sentindo o mundo devolver a vida que era minha, recebendo o sentimento que era dele. Como que carregando o fardo do pecado, repeti o ato, e foi bom. O azul era enorme e não me cansava.

4 comentários:

K disse...

ainda bem que ele nan te cansava ^^
e as duas e quarenta e quatro as carcaças parecem mais apocalípticas ainda o_o

LUDMILA BARBOSA disse...

Já estava com saudades de seus posts, mas vale a espera...
Acho que esse azul nunca cansa, mesmo quando o calor é imenso.

Anônimo disse...

o azul fica sempre bom.

Anônimo disse...

ventos ocasionais, amo *-*