As coisas funcionam (quando funcionam) assim na UnB: você liga para o celular do novo reitor, na sexta-feira, e ele diz que te passa o nome dos novos decanos na segunda. No mesmo dia, você recebe o recado de que o secretário de comunicação já tem confirmados esses nomes. Você liga pra ele e ele te repassa para a Secretaria de Comunicação (a preguiçosa e caótica Secom). Enquanto as assessoras te repassam os nomes dos decanos, uma ligação misteriosa manda interromper todo o processo, e elas cancelam tudo dizendo que os nomes não estão confirmados, o que é muito complicado para elas, porque elas "têm um jornal para fechar" (eu também). Então, na segunda-feira você volta a ligar para o reitor, ele enfim te autoriza a pegar esses nomes na Secom, e as assessoras, com ar de deboche: "você falou com ele diretamente e não pediu pra ele os nomes?". "Não, hehehe" ("não, vocês são tão burocráticos que ficam repassando de um para o outro uma obrigação que não é do reitor, mas da assessoria, imbecil"). As assessoras anotam o seu celular para retornar a ligação em breve, não retornam, e, ligando lá novamente, você descobre que "em 10 minutos" o site da assessoria vai divulgar os novos decanos.
Um bom tempo depois, o site divulga os nomes
finalmente, e você sai correndo porque precisa escrever uma matéria (cujo lide poderia ser "Secom tenta abafar novos decanos com desculpa esfarrapada").
(no mesmo dia, a decana de graduação da gestão pro tempore afirma a uma repórter do Campus, que está fazendo uma matéria sobre falta de professores concursados - um problema antiqüissímo na insitituição - que esse problema "ainda não chegou ao decanato". Talvez a decana tenha se eclipsado no tempo).
(ainda no mesmo dia, e essa é a parte bombante da história, você descobre que essa decana, essa mesma, a que não sabe sobre a falta de professores na UnB, vai continuar no cargo durante a nova gestão).